16/12/2020

Serrão de Faria



José Francisco Quelhas Serrão de Faria,  azinhaguense  , nasceu em 1937, sendo considerado o "pintor do cavalo Lusitano". A sua Obra retrata magistralmente sobre o papel, sobre a tela, as "linhas", dos magníficos "filhos do vento" da Lusitânea. É com fina sensibilidade, profundo conhecimento e singular arte que representa com os seus pincéis, também os campinos e as suas montadas na sua faina diária, o gado bravo, e a paisagem da lezíria e do espargal. A sua oficina de criação insere-se no Solar dos Serrão, casa de família do século XVI, na Azinhaga.

Frequentou cursos de gravura, litografia, serigrafia e xilogravura na Cooperativa de Gravadores Portugueses. Como caudeleiro, foi ainda Presidente do Stud-Book Lusitano  autor de publicações sobre o Cavalo, tais como "Caballus", "Ginete Ibérico" e  o "Solar do Cavalo". Autor ainda de outros livros como, "Dois Dedos de Conversa", "Futebol, Iluminuras e Textos Consagrados", "Vales Traçados", "Lisboa do Rio para as Colinas" e "Olivença",  foi ainda colaborador do jornal "A Capital" e de vários outros jornais e revistas. Está representado em várias colecções particulares, nacionais e estrangeiras. São de salientar as exposições colectivas em que participou, tais como: Santarém-1955, 1957, 1974, 1989 e 1991 (Salão de Outono,  Lisboa-1967, 1990 (Rádio Renascença) e 1991 (Rádio Renascença), Amadora-1970, Estoril-1982 (Novos Gravadores) e 1988 (Casino Estoril), Noruega-1989 (Galeria Nillestad) e Sever do Vouga. E as Exposições Individuais: Santarém-1960, Lisboa-1966, 1986 (Galeria Palma), 1987 (Galeria Paulino Ferreira), 1988 (Galeria Gravura), 1990 (idem), 1993 (Casa do Ribatejo), 1994 (Sétima Colina), Caldas da Rainha-1969, Golegã-1984 e 1992 (Encontros de Arte Contemporânea), Noruega-1987 (Galeria Nillestad), Soure-1989, Figueira da Foz-1990, Chamusca-1991, Azinhaga-1994. Participou ainda na Golden Art Galery em Folson, Califórnia, em 1986.


Texto -   Serrão de Faria

Foto  - Paço de Artes  



13/12/2020

Crónica de um amigo...




"Em 11 de Novembro, tive o inolvidável privilégio e prazer de estar presente na exposição de Serrão de Faria, por amável convite deste grande e consagrado artista.
A referida exposição ocorreu no âmbito da Feira Nacional do Cavalo, realizada na Golegã.
Serrão de Faria, como os leitores bem sabem, é um dos colaboradores do Voz da Minha Terra, ilustrando as belas crónicas de João Pequito, num trabalho que muito honra e prestigia o nosso jornal.
Pena que o Voz da Minha Terra, por carência de espaço, nem sempre dê aos seus maravilhosos retratos uma maior dimensão e relevância, como verdadeira e justamente mereciam.

A exposição de Serrão de Faria, ocorrida na Azinhaga, tendo como tema dominante o cavalo, foi um encanto, um autêntico deslumbramento.
Dezenas de quadros em que aqueles nobres animais, em toda a sua variada beleza, e como se vivis estivessem, pareciam livres das telas, convidando-nos a com eles passera nos verdes campos, convidando-nos a montar, ou a afagá-los.
Vivos, lusitanos vibrantes, com a força e o caracter a revelarem-se na postura e olhar.
Na concorrida exposição e convívio, Serrão de Faria teve e atenção de me obsequiar com um autógrafo no seu livro "Um Contador de Estrelas - Os Amigos de Serrão" (dezenas e dezenas de retratos a tinta-da-china, aliás, os rostos desenhados ultrapassam as cinco centenas).

O comum amigo, João Pequito, não perdeu a oportunidade e tirou um retrato, que depois me ofereceu. Renovo os meus agradecimentos.
Mas se aquele dia (tarde e serão) de 11 de Novembro foi, para mim, um daqueles dias felizes, difíceis de esquecer, agora aqui o registo  e  fixo nesta crónica.


Mas Serrão de Faria, artista que conta as estrelas, que faz amigos e é amigo do seu amigo, que na pintura dos seus cavalos, com mestria, vai muito para lá do rigor do traço e da beleza da anatomia, captando e transmitido-nos fugazes vibrações, realísticas nuances, vida e fisiologia, Serrão que, com afecto, desenha os rostos amigos, Serrão surpreendeu-me, deixou-me literalmente sem jeito, ao ter para comigo uma inesperada atenção.



  

Com base na foto tirada por João Pequito, Serrão de Faria, a tinta-da-china, desenhou o retrato que me ofereceu (tamanho A3), que vou colocar na minha biblioteca em lugar nobre e que, aqui, neste jornal, se reproduz.
Reprodução que se fez, não por vaidade, mas sim como público e profundo agradecimento ao grande artista Serrão de Faria, que tanto tem prestigiado com a sua arte o Voz da Minha Terra e que, agora, se dignou honrar o Director Interino do Jornal, incluindo-o entre os seus amigos."